Alternaria porri
Fungo
Os sintomas dependem principalmente da umidade relativa do ambiente (UR). Manchas pequenas, irregulares, afundadas e esbranquiçadas aparecem primeiro em folhas mais antigas e talos das flores. Se a UR permanecer baixa, nenhum desenvolvimento adicional será observado. No entanto, com a Umidade Relativa alta, essas lesões se desenvolvem em manchas marrons ou púrpuras elípticas, com zonas concêntricas claras e escuras no centro. Com o tempo, essas lesões podem se expandir para vários centímetros de comprimento e ter uma borda amarelada. As lesões podem coalescer e envolver a folha ou o talo da flor, causando murcha e morte. Os bulbos também podem ser atacados, principalmente no colo, se machucadas durante a colheita. Os sintomas no armazenamento aparecem em forma de podridão amarelo-escura a avermelhada e esponjosa dos catáfilos externos ou internos das cabeças. A cebola, o alho e o alho-poró podem ser afetados por esta doença.
Até o momento, nenhum controle biológico efetivo está disponível para esta doença. O fungo antagônico Cladosporium herbarum tem sido utilizado para inibir o patógeno Alternaria porri ao contato in vivo, reduzindo a contaminação em 66,6%. Outros fungos foram muito menos eficazes, como por exemplo, o Penicillium sp. (54%). Uma mistura de vários antagonistas pode causar uma redução de até 79,1%. No entanto, até o momento, nenhum produto comercial foi desenvolvido com estas descobertas. Extratos aquosos de Azadirachta indica (Neem) e Datura stramonium (trombeta) podem ser utilizados para o biocontrole da mancha púrpura.
Sempre considere uma abordagem integrada com medidas preventivas e tratamentos biológicos, se disponível. A maioria das culturas comerciais de cebola deve ser protegida da mancha púrpura usando aplicações repetidas de fungicidas de proteção. Soluções à base de fungicidas boscalide, clorotalonil, fenamidona e mancozebe (todas a 0,20 - 0,25%) podem ser pulverizadas preventivamente a cada quinze dias, começando um mês após o transplante. Os fungicidas de cobre são registrados para o controle da mancha púrpura, mas não são altamente eficazes. Alterne com fungicidas de diferentes famílias para evitar o desenvolvimento de resistência.
A mancha púrpura é causada pelo fungo Alternaria porri. Ele sobrevive ao inverno em restos vegetais infectados ou perto da superfície do solo. Ele retoma seu ciclo de vida com a produção de esporos quando as condições quentes e úmidas ocorrem na primavera. O vento, a água de irrigação ou os respingos de chuva dispersam os esporos em plantas e campos saudáveis. A doença ocorre sob condições favoráveis de temperatura a 21-30 °C e 80-90% de umidade relativa. A incidência da doença e a intensidade dos sintomas também dependem da estação e das condições do local. Quando ocorre junto com a estenfiliose, os danos podem ser sérios. A resistência à mancha púrpura se deve principalmente à espessura do catáfilo externo. Esta resistência pode ser reduzida quando ocorrem machucados durante o trabalho de campo ou após rajadas de vento de tempestades de areia, por exemplo.